Razões Para Acreditar
Nosso corpo e nossa mente são inteligentes, sempre nos dão um sinal quando algo não vai bem, quando estamos com calor, suamos, a sede nos indica que precisamos ingerir mais líquido; quando estamos com medo, tomamos mais cautela. Mas e quando nós não ouvimos o que ele tem a nos dizer? Quando o tempo para nos cuidar é menor do que as responsabilidades assumidas diariamente, passamos a negligenciar os sinais enviados por nossa mente e corpo, tomamos um remédio para aquela dor na cabeça, outro para uma tontura, vamos em busca de profissionais da saúde e confiamos na resposta dada, no diagnóstico feito, naquela famosa frase "isso é emocional".
E foi nessa linha, que eu, Ana, confiei. Enquanto eu mantinha uma rotina muito agitada, cursei engenharia civil com bolsa, sempre me esforcei, dei o meu melhor, me formei com premiações por ser a melhor aluna, nos fins de semana, fazia cursos, ou, estudava para provas, fazia meus projetos, dormia menos de 5 horas por dia e acreditava que todos meus esforços seriam para melhorar o futuro da minha família. Nós acreditamos na meritocracia, acreditamos que o mundo inteiro se organiza da forma como nos planejamos, então, acontece uma crise financeira, nos abala, e continuamos ali, sempre lutando.
Um dia o corpo simplesmente para! O pior sintoma que a doença me enviou foi a perda de visão dupla, parestesia do olho e perda da parte da visão, através da neurite óptica, em setembro de 2016. Desde então, tudo tem sido uma corrida sem fim, exames, pulsoterapias, consultas com especialistas, perdas motoras, cognitivas, visuais, auditiva e uma série de sintomas que afetam o corpo, emocional, enfim. Esclerose múltipla, inicialmente, esse foi o nome do possível diagnóstico, pois acreditam é uma doença autoimune e desmielinizante, ou seja, meu sistema imunológico ataca o sistema neurológico, mais especificamente a bainha de mielina. Porém, até o momento tenho feito exames e ainda não concluíram com exatidão o diagnóstico. Meu último exame, anti-MOG, será pesquisado em diversos locais do Brasil, terei o resultado após três meses. Tudo foi assustador, eu acreditava na ciência, sei que temos doenças incuráveis, porém, não imaginava que até o diagnóstico seria difícil.
Quando pesquisei sobre o tipo de doença, chorei muito. Repensei minha vida, vi o quanto havia abusado de uma forma completamente ingênua do meu corpo e mente. O tratamento, independente da doença, sei que não cura, além de terríveis efeitos colaterais, alguns medicamentos ocasionam neoplasias. As taxas de remissões dos surtos, que é quando a doença se manifesta, não são otimistas e as sequelas se acumulam. Até que me apresentaram um caso de bom prognóstico a partir da Ayurveda, uma medicina milenar e indiana que trata as causas da doença, não somente os sintomas, trata-se de uma brasileira chamada Laura Pires, que teve sua história contada no livro “Em busca da cura”. Não pensei duas vezes, entrei em contato com ela, pedindo referências e lancei a campanha de crowdfunding “Ana: renascendo com Ayurveda” para poder viabilizar um tratamento na Índia. Esse tratamento consiste em internações, que no meu caso, segundo os médicos indianos, serão 35 dias, e uso de óleos medicados com ervas, sejam a partir de enemas, massagens, e outros procedimentos como o tarpana.
Tarpana: óleo aquecido medicado com ervas
(fonte: Amrut Ayu-Care)
Os indianos acreditam que equilibrando o corpo e a mente, pode levar algum tempo, mas nós conseguimos restabelecer nossa saúde, tendo que readaptar nossas rotinas, comportamentos e alimentação.
No momento, a campanha encontra-se em 28% da meta estabelecida e possuo imensa gratidão a todos que estão colaborando com meu sonho. E acredito que tudo dará certo, e a doença será um dos maiores aprendizados que tive na vida e daqui alguns anos estarei curada.
Site da campanha: "Ana: renascendo com Ayurveda"
Copiado com muita gratidão de Razões Para Acreditar: http://razoesparaacreditar.com/saude/moca-busca-tratamento-da-india-para-doenca-neurodegenerativa/
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