Desinstitucionalizar é preciso

Eu, Ana Paula Lopes Camargo, nascida no Hospital do Servidor Público da Vergueiro, frequentei as seguintes escolas no ensino fundamental: Omar de Oliveira, Antonio Prudente, Cândido Portinari, Imperatriz Leopoldina, e frequentei a Zuleika de Barros M. Ferreira no ensino médio, me graduei na FAAP, fiz alguns cursos no SENAC, utilizo o Hospital das Clínicas da FMUSP, tranquei um mestrado na Poli-USP, em alguns momentos da minha vida, frequentei determinadas religiões como da Igreja Católica, Igreja Evangélica, Budismo e alguns núcleos espíritas. Também necessitei diversas vezes da proteção da Polícia Militar. Já utilizei algumas serviços de clínicas psicológicas como o do SEDES SAPIENTIAE. Trabalhei em algumas empresas como na Alphaville Urbanismo. Que mais?

Um tempo atrás eu não conseguia ouvir uma música que tinha uma repetição do mantra "om namah shivaya" e eu nem entendia os motivos, mas era só ouvir que me dava uma intensa vontade de chorar, mas isso também acontecia com outras músicas e eu achava normal. Nessa época, eu estava com a mesma sensação que tive desde criança, mas de uma forma intensificada. Era bem complexo de explicar. Mas eu me sentia responsável pelo mundo e o mantra enaltecia isso dentro de mim. Então, quando eu andava pelas ruas e percebia as misérias do nosso mundo, desde animais abandonados, crianças moradoras de ruas, mães sem saber onde levá-las, lixos em plantinhas etc, eram visões, sons, tudo um verdadeiro caos e eu me sentia responsável de alguma forma, eu nunca duvidei dessa responsabilidade minha perante o mundo. 

Minha vontade era de ser como um país. Muito mais que isso. Era de ser a fronteira que protegesse as pessoas, as plantas, os animais etc. E que eu pudesse fornecer tudo aquilo que todos precisassem. Pois é, uma loucura! Fiquei refletindo sobre esses assuntos, seja em pensamentos, na terapia até em sonhos. Percebi que é tudo uma ilusão. São as instituições! É a minha casa, escolas, faculdade, hospitais, delegacia de polícia, hospitais, empresas etc. As instituições, muradas, cercando um grupo de pessoas, e fornecendo a esse grupo uma série de "seguranças" sejam elas educacionais, religiosas, sociais etc. Era um mundo de ilusões acreditar no emaranhado de relações e inter-relações que umas estabelecem com outras e acreditar que ainda assim, um dia o mundo seria melhor. A humanidade está para as instituições assim como as instituições não estão nem aí para a humanidade. Por isso os muros, as cercas, as portas fechadas, a exclusão de uns perante outros, o isso é melhor que aquilo, o disso é bem diferente do que aquilo. E infelizmente, nós seres humanos vamos nos confundindo com as instituições, querendo proteger, fornecer, abrir e fechar. Ou seja, estamos querendo ser um modelo que não deu muito certo e ainda ficamos aflitos por isso, muitas vezes, vamos contra, a favor por motivos tão bem fundamentados, tão bem institucionalizados! É complexo, não li nenhum livro de filosofia, muito menos sociologia, mas certos conhecimentos, aqueles que mais nos ensinam vem das nossas percepções, sentimentos e o principal: empatia. Se coloque do lado de fora daquele muro, vivam essa experiência, recomendo.

Hoje não, eu Ana, apenas quero esquecer um pouco. Desinstitucionalizar o quanto ainda é possível de fazer, para ver se mantenho em mim alguma espécie de vida, natureza e alma.

Conheçam minha história e campanha: Catarse - Ana: renascendo com Ayurveda

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