Para que tanto sacrifício?

São mais de 7 bilhões de seres humanos, num planeta com mais de 510 milhões de quilômetros quadrados, separados entre 5 continentes, são essas infinitas possibilidades que se multiplicam por todas nossas ações e assim temos nossa vida, dentro de um sopro de espaço de tempo, grãozinho de areia, gotinha de chuva, nessa galáxia infinita. E diante disso tudo, eu me pergunto para que tanto sacrifício?

Para que deixar o corpo, única casa de verdade, em exaustão? 
Para que pousar a consciência na finitude das transformações?
Para que acreditar que o amanhã é o estado no qual não existirá a mobilidade de giros e pacificações?
Para que se encerrar na mentira?

E enquanto não respondo aos questionamentos com a verdade no coração, carrego um peso que não é meu, e aceito essa trouxa de limitações impostas por uma sociedade doente. Seres que possuem um manto de ilusão entre si e a realidade, e que acreditam que esse véu é a verdade, muitas vezes porque acabaram por projetar e desenhar suas metas e objetivos calcados pelas engrenagens de muitos sistemas maléficos, modulados com o respeito da sociedade insana. E lá estão os projetos de vida, um a um, quantificados, dimensionados, cronometrados, sendo observados com tanto desejo, defendidos a partir da agressão e negligência de si próprio e dos que os cercam: a meta é essa! Armem-se, enrijeçam-se e ganhem!

Como curar? Se nascemos, vivemos, e temos como referências somente as pessoas que estão dentro da caverna? Pois, é. É tempo de sonhar, talvez, se o que vejo é falso, é no meu interior que posso olhar sem medo, é dentro da casca da tartaruga, é no tambor do meu coração que mora a verdade, e só ela liberta.

Mas há crenças e crentes de que talvez se eu desenhar com essas cores e traços, esse projeto aqui e aquele outro lá, por mais que esteja no véu ilusório, é realista, hiper realista, é praticamente natural. Crentes da liberdade, máquinas a girar suas engrenagens, cumprindo papéis robóticos num looping infinito aprisionador, desenhando caprichosamente no manto que nos cega.

A ilusão é o sacrifício, ela nos tira a visão da verdade, então, para que tanto sacrifício?

É tempos de exercer com autoria, autoridade, plenitude e soberania a verdadeira vontade: aquela que vem do coração de mãos dadas com a liberdade, que nos remove do auto sacrifício, permite nosso encontro com a intuição e cortar esse véu da ilusão com a espada içada pelos guerreiros que estão nos nossos sonhos. Abençoados são os seres humanos que conseguem ver, ainda que de olhos fechados.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Comentários esquecidos

Gostaria de agradecer mais uma vez

Sobre: Ganesha e caminhos